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Uma Baita Jogada

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Maior da América Latina à maior do mundo

A maior torcida do mundo. O maior contrato entre um Clube e uma marca de artigos esportivos dentro da América Latina. A maior empresa do segmento no Brasil. É um dos poucos casos de uma marca nacional dominante em seu país, junto com Adidas, na Alemanha, e Nike, nos Estados Unidos. Três elos. Assim como os da Olympikus.

Depois de romper com a Nike, o Flamengo anunciou que estampará a marca brasileira, de propriedade da Vulcabras, em sua camiseta. Os valores do contrato impressionam. Durante cinco anos e meio, o Fla receberá 21 milhões de reais anuais. A quantia, que totalizaria 105 milhões, poderá chegar até 170 milhões, devido aos royalties que a Olympikus pagará pelas lojas do time que serão instaladas pelo Brasil. Números à altura de um Clube com 35 milhões de torcedores.

“A loja mais importante será na Gávea. Ela será ligada ao museu e sem dúvida se transformará em um ponto turístico do Rio. As demais serão no Norte, Nordeste e Centro-oeste”, afirma Tullio Formicola Filho, Diretor da Vulcabras.

Ainda está prevista a construção de um museu de 2.400 metros quadrados. Segundo o Vice-Presidente de Marketing do Mengo, Ricardo Henrichsen, “no padrão europeu, do mesmo nível do Barcelona.”

O rompimento com a Nike, a qual pagava 9 milhões por ano, era uma morte anunciada. No ano passado, a norte-americana atrasou a entrega de materiais de jogo. Diversas vezes, o Flamengo teve de vestir uniformes antigos. Advogado do Clube, Pedro Trengrouse relatou ao globoesporte.com: “Em alguns momentos, nossos atletas entraram em campo maltrapilhos”. Antes do segundo jogo da final do Campeonato Carioca, entre o Rubro-Negro e Botafogo, já havia camisas comemorativas ao título estadual.

Ainda houve mais um desgaste na relação. Quando foi apresentado o terceiro uniforme do Clube, a Nike utilizou, para a divulgação do produto, uma imagem na qual aparecia um muro da Gávea aos pedaços. O Presidente do Fla, Márcio Braga, lamentou na época. “O Flamengo foi agredido por eles. Custei a acreditar que um parceiro nosso seria capaz de uma atitude tão agressiva.”

Com a rescisão, o Flamengo trocou o swoosh por três pontos de interrogação e, assim, promovendo a curiosidade no torcedor.

Confesso que fui pego de surpresa com esta notícia. No ano passado, em palestra realizada na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, o Gerente de Comunicação da Olympikus, Márcio Callage, afirmou que a marca não faria investimentos no futebol. Para ele, a Olympikus, que já patrocina o Comitê Olímpico Brasileiro e a Confederação Brasileira de Atletismo, seria “apenas mais uma” nesse esporte.

Por e-mail, o contatei para saber o motivo. Prontamente, Callage disse que a razão era o tamanho da torcida do Flamengo. “Ou entrávamos assim, ou era melhor ficar de fora”, afirmou. Acertadíssima decisão. O apelo do Rubro-Negro é tanto nacional, quanto internacional. E o risco de os torcedores rivais “boicotarem” artigos da marca é mínimo, para não dizer zero. Os extremamente radicais são poucos.

Na década de 80, com a introdução das grandes marcas estrangeiras no mercado brasileiro, na qual a Olympikus decidiu investir em design e tecnologia, além de ratificar seu caráter nacionalista. Hoje, mais uma vez, a gigante brasileira compete de igual para igual contra as gigantes internacionais. E, agora, volta com tudo ao futebol, depois de patrocinar o Grêmio, no início dessa mesma década.

E fica de lição aos outros fortes Clubes brasileiros. Devem ter idéia de suas grandezas para buscarem contratos que, ao menos, se aproximem ao fechado entre Flamengo e Olympikus.


Foto: Márcia Feitosa/VIPCOMM

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Voltando

O Uma Baita Jogada ainda vive. Depois de dois milhões de dias sem dar as caras, o autor deste Blog volta a publicar as informações que estão acontecendo no mundo das cifras no esporte.

Neste período, ele foi vítima de assalto à mão armada. Levaram carro, carteira, celulares e a bolsa de sua mãe, que estava com ele. Neste período, ele se recuperou do susto. Neste período, ele teve de fazer todos seus documentos novamente. Neste período, ele teve algumas provas e trabalhos na Faculdade. Enfim, foi difícil dar tempo ao Blog. Neste período.

No Marketing, também ocorreram algumas novidades. Desta vez, bem legais.

O Corinthians, depois de ter criado sua própria agência de viagens, a TimãoTur, lançou um computador personalizado com sua marca, o PC Timão. O Marketing do Clube projeta que sejam vendidos 3.000 computadores por mês. O próximo passo é o desenvolvimento de celulares. Além disso, deverá fazer um DVD sobre a trajetória do Clube na Série B do Campeonato Brasileiro, possivelmente, com a ascensão à Série A, assim como o Grêmio fez com a “Batalha dos Aflitos”.

O Atlético Paranaense inovou de novo. Agora, foi a vez de o Furacão contratar o jovem Abdulla Al Kamali. O que seria um simples reforço pode ter uma boa explicação no Marketing: Al Kamali é natural dos Emirados Árabes, mesmo país do Emirates Group. Seria um indício de um novo naming right para a Arena? Ou o Atlético deseja maior exposição na mídia internacional? Ou seria, mesmo, apenas um “simples reforço”? O certo é que a contratação do primeiro jogador árabe por um Clube brasileiro está tendo muita repercussão.

O Biro-Biro venceu a eleição contra o Maradona, promovida pela Coca-Cola, por um voto, completando, com muito bom-humor, a campanha que esclareceu quem foi o melhor, na opinião dos brasileiros. Ao final do último vídeo da brincadeira, ‘Dieguito’ aparece falando: “No puede ser verdad! Voy recontar las tampitas.”

A Portuguesa lançou uma ação junto aos seus torcedores. Aproveitando o sucesso que o terceiro-uniforme de outros Clubes vem tendo, a Lusa definiu que sua torcida escolherá o novo modelo, que será na cor preta. A Cavalera, famosa grife de roupas, desenhou quatro camisas.

Por seu lado, o Cruzeiro decidiu ir pelo lado da Responsabilidade Social. Até quatro de junho, a Raposa estará recolhendo agasalhos nas três lojas Cruzeiro Mania. Quem doar alguma roupa concorrerá a três camisas oficiais do Clube. O sorteio ocorrerá no dia seguinte ao prazo final, será aberto ao público e contará com a presença dos jogadores Fabrício, Jadílson e Thiago Heleno. Ademais, a camisa do Cruzeiro foi eleita a mais bonita, dentre os participantes do Brasileirão, em pesquisa feita pela Revista Playboy com cinco especialistas.

O Náutico ousou. Pela quinta vez, fez alterações em seu distintivo. Agora, acrescentou mais uma estrela - a do título Pernambucano de 2001, ano do Centenário do Timbu. A inscrição ‘Náutico’ deverá ser retirada e o vermelho será mais escuro.

Na Série C, o Noroeste lançou uma promoção muito interessante aos seus torcedores. Quem quiser se antecipar e comprar os três ingressos para os primeiros jogos do Clube na competição pagará apenas 15 reais e terá a opção de adquirir mais quatro, pagando 20 reais a mais. 35 reais para sete jogos. Lotar o Alfredo de Castilho é dever da torcida.

Voltando a Belo Horizonte, o Atlético Mineiro apresentou seus novos fardamentos. Em ano de Centenário, o Galo homenageia seu passado e usa o primeiro símbolo da história do Clube. Como quase todas camisas de futebol, esta, desenvolvida pela Lotto, tem um preço elevado: 169,90 reais.

E, por fim, hoje, foi lançada, pelo Lance!, uma baita promoção destinada aos torcedores dos quatro grandes Clubes paulistas. A 'Camisa Histórica' entregará réplicas de camisas antigas de Corinthians, Santos, São Paulo ou Palmeiras aos leitores que juntarem 25 selos, que sairão diariamente no jornal a partir de quatro de junho, e pagarem 39 reais. Extraordinária! Certamente, será sucesso absoluto. As camisas antigas estão tendo muita aceitação há algum tempo.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sócios Lusos

Uma modalidade de sócio bem diferente daquelas que conhecemos. Na última quarta-feira, dia 14 de maio, a Federação Portuguesa de Futebol, em parceria com o Banco Espírito Santo, criou uma baita novidade aos lusitanos. Trata-se da campanha “Seja Sócio da Selecção”.

O projeto tem como objetivo buscar 45.000 sócios em apenas 50 dias. Um tanto quanto ousada. O grande ídolo do futebol lusitano, Eusébio, presente no lançamento da idéia, declarou: “Em vez de 45 mil, esta iniciativa vai ter mais de cem mil pessoas a aderir”. O Pantera Negra foi, inclusive, um dos primeiros a se associar.

Diferente das associações tradicionais, o cartão de sócio não requer muitas despesas. “É gratuito, não implica pagamento de quotas, mas apenas descontos na aquisição de bilhetes e possibilidade de participar em passatempos ou em sorteios de equipamentos oficiais”, afirma Paulo Padrão, Diretor de Comunicação do Banco. Os cartões BES – Selecção Nacional podem ser tanto de crédito, quanto pré-pagos.

Com a proximidade do Euro 2008, o projeto almeja a mobilização portuguesa em torno das grandes competições. Torcedores e famílias apoiando cada vez mais o selecionado. "O BES é um dos patrocinadores oficiais da Seleção e cabe-lhe, por isso, contribuir para aumentar a relação de proximidade entre os portugueses e a sua Seleção", continua Padrão.

Quem aderir ao cartão terá desconto de 7,5% nos ingressos da Seleção em território nacional, que não sejam organizados pela UEFA e pela FIFA, concorrerá a “camisolas” oficiais da “equipa” e viagem para acompanhar Portugal, na Suíça, e terá a certeza de que 10% dos ingressos estarão reservados a eles. A compra das entradas será através do site oficial da Federação Portuguesa. O cartão deverá valer até 2010, durante as Eliminatórias para a Copa.

Presidente do BES, José Manuel Espírito Santo, explica: “Trata-se de promover o espírito de apoio da Seleção”. E brinca: “O cartão é de borla, e olhem que isto vindo de um banqueiro é raro.”

Esta é mais uma iniciativa do Banco à Seleção Portuguesa. Em 2006, antes da Copa do Mundo da Alemanha, o BES lançou a campanha “A Mais Bela Bandeira do Mundo”, através da qual participaram 15 mil mulheres, que unidas, formaram a maior bandeira humana já feita na história. A jogada deu a ele a liderança no retorno de investimentos entre os patrocinadores da Seleção.


Imagem: sociodaseleccao.pt

quarta-feira, 14 de maio de 2008

É permitido proibir

Pensava que a mentalidade retrógrada pertencia apenas a alguns Dirigentes. Pensava que somente Dirigentes poderiam tomar certas decisões no Clube. A partir de agora, não penso mais. Ou pensarei muitas vezes antes de, realmente, pensar em algo.

O tema já foi comentado aqui algumas vezes; portanto, não precisarei me estender muito. O terceiro uniforme. De fato, é um tema polêmico. Mas, a palavra final quanto a algo sempre deveria vir da Alta Administração.

Na verdade, queria falar sobre o sucesso cada vez maior da venda das camisetas roxas do Corinthians. Segundo informações do Clube, desde que foi lançada, foram comercializadas mais de 200 mil peças. Além disso, em Ribeirão Preto, onde o Timão esteve ontem, o ônibus roxo virou atração na cidade. Muitos torcedores tiraram fotos junto ao veículo.

Na contramão do sucesso, o Corinthians só utilizou o roxo uma única vez. Em uma vitória contra o Fortaleza, há quase 40 dias.

Segundo o Vice-Presidente de Marketing do Corinthians, Luiz Paulo Rosemberg, o uniforme não foi mais aproveitado, pois "Estávamos apenas cultivando a escassez, o que causa a vontade. A roxa é emocional e vai seguir fazendo sucesso". Se fosse apenas isso, seria excelente. Mas há outra explicação; talvez mais contundente. A Gaviões da Fiel, Torcida Organizada do Clube e uma das maiores do Brasil, não permite que o Corinthians entre em campo de roxo nos jogos decisivos. Rosemberg afirma: "Tem realmente um pedaço da Gaviões que não gosta. A gente respeita, mas muitos corintianos aprovaram, a venda está bonita e vamos utilizá-la."

Pelo visto, o Clube virou refém da Torcida. Contrariá-la não seria o mais indicado. Poderia haver reações, como novas pichações nos muros do Parque São Jorge. Contudo, poderia (se é que não houve) haver um debate entre as partes.

A volta do Corinthians Roxo deverá ocorrer contra o ABC, em Natal, no dia 24 de maio, em jogo válido pela Série B do Campeonato Brasileiro.


Foto: AE

domingo, 11 de maio de 2008

Não é o fundo do poço

Aos 17 anos, ele já estava na delegação brasileira que foi Campeã do Mundo, nos Estados Unidos, em 1994. Em 96 e 97, ainda precoce, foi eleito o melhor jogador do mundo. Em 98, foi finalista da Copa do Mundo, na França, e escolhido o craque da competição. Em 2002, na Ásia, novamente conquistou a Copa. Nesse mesmo ano, mais um troféu de melhor do mundo. Na Seleção Brasileira, é o segundo maior artilheiro de todos os tempos. Em Copas do Mundo, o maior.

Não há dúvidas de que estamos falando em Ronaldo Luis Nazário de Lima. Ou, simplesmente, Fenômeno. Como preferirem. Tecnicamente é perfeito. Mas o problema de Ronaldo é outro. Aliás, os problemas.

Além das constantes lesões, o Fenômeno vem enfrentando problemas extra-campo. Desde 2005, luta contra o peso. Chegou a ser apelidado de “Gordo”. Na Copa da Alemanha, há relatos de que tenha chegado pesando 100 quilogramas.

E, há duas semanas, envolveu-se num lamentável caso. Depois de discutir com sua (ex) noiva, Maria Beatriz Antony, o jogador decidiu procurar por um programa no Rio de Janeiro. O que não contava é que as três pessoas que estavam com ele, no motel, fossem travestis. Essas, que já confessaram que não houve relacionamento íntimo nem uso de drogas, tentaram extorquir Ronaldo, pedindo dinheiro para que o caso não saísse na mídia.

E devido a esse escândalo, foi noticiado que o Fenômeno poderia perder seus principais contratos de publicidade: com a TIM, e o vitalício com a Nike. Alem desses, ele ainda é patrocinado por Ambev, Crescina e Santander.

A gigante norte-americana ainda não se pronunciou definitivamente. David Grinberg, gerente de comunicação da empresa, divulgou nota oficial na qual dizia que “A Nike não comenta este assunto. Nós continuamos a desejar ao Ronaldo uma excelente recuperação de sua lesão no joelho para vê-lo novamente nos campos de futebol o mais rápido possível.”

Por outro lado, a TIM, ao contrário do que foi divulgado pelo jornalista Ancelmo Góis, de O Globo, já afastou a possibilidade. “A TIM, considerando as circunstâncias envolvendo o jogador Ronaldo, não vê motivos para o cancelamento de seu contrato com o craque.”

O empresário do artilheiro, Fabiano Farah, descarta qualquer hipótese de rescisão dos contratos publicitários que ele tem. Em comunicado divulgado pela assessoria de imprensa do jogador, afirma:

“O que ocorreu não é de âmbito legal. Esse tipo de recurso não cabe a nenhum contratante do Ronaldo. Não está legitimado em qualquer contrato do jogador, até porque, para uma rescisão contratual, Ronaldo deveria ser condenado publicamente. Mas ele não cometeu nenhum crime, não infringiu nenhuma lei. Pelo contrário. Ele é a única vítima do caso.”

Eis que questiono: é saudável para uma empresa ter um garoto-propaganda relacionado a escândalos que envolvam prostituição e adultério? Certamente não. Nenhuma organização quer isso. Há possibilidade de os conflitos refletirem negativamente na imagem da própria empresa, pois é normal que as pessoas façam associações de pessoas a marcas. E é fato que as empresas não vendem apenas produtos e serviços. Vendem, também, valores agregados a ela.

Mas devemos pensar na imagem de Ronaldo também. E, como estudante de Relações Públicas, estou apto a falar isto: é hora de aproveitar a exposição para a realização de algum ato que proporcione ao Fenômeno “a volta por cima”. É em situações de crise, que se tem maior exposição à opinião pública. Todos estão acompanhando o caso Ronaldo. E qualquer ação que o jogador venha a tomar agora terá maior repercussão do que teria em outro momento. É de um bom profissional de Relações Públicas que o craque está precisando.

E, assim, o acontecido tornar-se-á passado. Ele não foi o primeiro. Em 2004, o astro da NBA, Kobe Bryant, viu-se em situação parecida. Acusado de estupro, correu risco de perder seus contratos com Coca Cola, McDonald’s e Nike. As empresas também não se pronunciaram. O caso foi abandonado pela acusadora, e Bryant é hoje o segundo jogador de basquete mais bem pago em contratos publicitários. E, também, não será o último.

Como ele disse em entrevista ao Fantástico: “Daqui a pouco até eu vou rir dessa historia, fazer piada disso. Quem me conhece sabe como sou, das minhas escolhas, sabe que nunca tive esse costume.”



Em tempo: um feliz Dias das Mães a todas. Em especial, à minha, Maria Isabel, à minha avó, Lúcia (in memoriam) e à Dona Sônia Nazário, a mãe do Fenômeno.


Foto: Divulgação

domingo, 4 de maio de 2008

Modelo europeu

O Internacional vai se aproximando cada vez mais rápido de sua projeção para o seu Centenário. A meta é alcançar, até quatro de abril de 2009, a marca de 100 mil associados. Para motivar ainda mais a torcida, até os jogadores Colorados tornaram-se sócios. Se o ritmo continuar como está, a Direção poderá planejar um número mais ousado.

Quando completou 99 anos, o Inter ainda não havia chegado em 60 mil. Só foi atingir esse número no dia 13 de abril. Pouco tempo depois, até a última quinta-feira o quadro social já contava com 68.679.

Desses, 50% são de Porto Alegre, 15%, da Região Metropolitana, 30%, do Interior e 5%, de fora do Rio Grande do Sul. Mais de 42 mil pertencem à categoria Sócio Contribuinte e o restante, à Sócio Campeão do Mundo.

A primeira tem mensalidade de 45 reais e dá entrada livre aos jogos do Clube. A outra, com custo de 20 reais mensais, dá direito à preferência na compra dos ingressos e 50% de desconto no valor dos mesmos. Todos sócios têm desconto em lojas conveniadas ao Clube, recebem mensalmente a revista do Inter, participam de promoções de produtos oficiais, têm acesso a áreas restritas do Site, direito a voto, entre outras vantagens.

Diante dos números do atual quadro social, o Internacional viu-se em um conflito: há mais sócios que a capacidade total do Estádio Beira-Rio, que suporta 56 mil torcedores. A Administração vermelha deve criar um método pelo qual os sócios com entrada livre tenham de confirmar antecipadamente se vão à partida. Esse terá, inicialmente, desconto na mensalidade. Depois, terá a possibilidade de colocar seu ingresso à venda, ganhando 50% do valor.

O Estádio passaria a ser ocupado apenas por sócios. O torcedor comum teria condições de assistir apenas às partidas menos expressivas. Este é o cenário que se passa hoje. Somente associados terão acesso à final do Campeonato Gaúcho, contra o Juventude.

O jornal francês L’Équipe publicou, em fevereiro, um ranking dos 100 Clubes que mais sócios têm no Mundo. Se os números estivessem inalterados desde então, o Inter estaria, hoje, na décima posição, tomando o lugar que seria da Juventus, de Turim. Na América, o Colorado já é o segundo time com mais associados, atrás do River Plate, que estaria na oitava colocação. Na semana passada, a agência e21, que tem como cliente o Internacional, criou um anúncio no qual dizia que o Boca Juniors havia sido batido, e que o próximo será a equipe de Nuñez.

O Internacional lançou ainda o Projeto Rio Grande Vermelho, o qual propõe que cada Consulado Colorado do Estado faça com que, pelo menos, 1% da população de sua Cidade seja sócio. Caso todos consigam, o Clube deverá ter mais de 150 mil associados.

Confesso que, no início da campanha, achei a meta de 100 mil sócios muito distante. Mas, hoje, faltando pouco mais de 30 mil, e com a possibilidade de um título, que certamente aumentaria ainda mais o quadro, já acredito em um número bem superior até o Centenário.

Assim, com o Internacional arrecadando quase quatro milhões de reais mensais, fora a receita com ingressos. Valor que diminuirá a necessidade da venda de grandes jogadores a cada ano. E, dessa forma, tem-se um futebol com mais craques, com melhores resultados e mais lucros.

Como eu disse, o Beira-Rio já não suporta sequer o número atual de sócios. Para o não-sócio, é ainda mais complicado. O Inter precisa optar. Dará prioridade, corretamente, aos torcedores que de fato contribuem mensalmente com o Clube. Não pode contar sempre com adeptos que hora ou outra queiram torcer no Gigante. É o que pede o futebol atual. O Internacional não está se afastando do slogan de “Clube do Povo”, como alguns torcedores dizem. Expressão designada àquele que foi fundado para abrigar torcedores de todas classes sociais. Está tendo de privilegiar o torcedor que paga rigorosamente sua mensalidade.

O Colorado que quiser ter preferência na compra de ingressos deve se associar. Não é um valor caro: 20 reais mensais. E tem desconto de 50% na compra da entrada. Assim, comparece nas partidas que quiser e não ficará fora das grandes decisões.

Não há solução mais adequada. E ainda há a necessidade de manter um elenco forte, com condições de disputar os títulos mais expressivos. O time será maior na proporção da arrecadação com as mensalidades vindas do quadro social. É com poder que se disputa, de igual para igual, contra Barcelonas ou Internazionales. O torcedor quer (e deve) pensar nas maiores glórias.


Foto: internacional.com.br

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Eu nunca vou te abandonar

O Marketing do Corinthians está se mexendo. Como já foi visto nos casos recentes de Botafogo, Palmeiras, Grêmio e Atlético Mineiro, a torcida, na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, parece mais engajada junto ao Clube e a paixão dela, aumentar. A freqüência de estádios lotados nos jogos desses times comprova. E é a partir desses exemplos que o Timão se movimenta.

No início desta semana, o Corinthians anunciou a criação de sua agência de viagens, a Timão Tur. Ela não está restrita somente a torcedores. Pessoas que procuram pacotes turísticos também podem consultar a empresa. Conforme diz seu Site, a Timão Tur oferece 150 destinos, 750 companhias aéreas e 50 mil hotéis no mundo inteiro.


Mas o principal diferencial é o acompanhamento da torcida ao Clube. Para a Fiel, a compra do serviço dá o direito a viajar junto aos jogadores, de ficar hospedada no mesmo hotel da delegação e o recebimento de um ingresso para a partida. Já valerá para o início da Série B, em maio.

Há pacotes tanto para torcedores que desejam acompanhar o time do Parque São Jorge pelo Brasil, quanto para os que moram fora de São Paulo e queiram assistir aos jogos na Capital paulista.

Andrés Sanches, Presidente do Timão, diz que é objetivo do Clube aproximar sua torcida cada vez mais à equipe.

O Vice-Presidente de Marketing, Luís Paulo Rosenberg, planeja: “Acredito que o lucro será entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão em um ano, até o fim do Paulista de 2009”. Ele ainda fala do caráter inédito da jogada.

Quanto a eventuais problemas que possam ocorrer, Sanches afirma: “A torcida do Corinthians protesta, mas não agride. O torcedor vai viajar junto com a delegação, sim, e não terá problema algum. Quem não quer cobrança que não venha para o Corinthians”. Para Rosenberg, “A diretoria não trabalha com o modelo de que o time tem medo da torcida. Temos de confiar um pouco mais”.

Pelo lado da torcida e das finanças, certamente é válida a estratégia do Marketing. Mas, por outro, os jogadores podem perder suas privacidades e seus momentos de descanso. E, em caso de derrota, como fica a relação? Pode ser até perigoso. É uma tarefa que requer grande planejamento, o qual já deve até ter sido feito e aprovado pelo Marketing Corinthiano.

Uma coisa é certa: A Fiel nunca vai te abandonar! Porque ela te ama!

Hoje pela manhã estou indo viajar (não com o Corinthians) e só volto no Domingo. Desejo um bom feriado e fim de semana a todos.



Foto: globoesporte.com

quarta-feira, 30 de abril de 2008

A roupa nova

Acredito que já tenha falado praticamente todos detalhes a respeito da festa de lançamento da nova camiseta do Grêmio no último texto. Por isso, não precisarei me prolongar muito. Tratarei das novidades nas camisas.

As camisas foram apresentadas por, além das já citadas Deborah Secco e Natália Anderle, Raphaela Sirena e Sofia Powacrzuck, e os jogadores André Luís, Felipe Mattioni, Leo, Marcelo Grohe, Perea, Réver, Victor e Willian Magrão,

A tradicional tricolor, em relação a 2007, ganhou mais listras, as quais têm, agora, as mesmas dimensões. Entretanto, a parte de trás deixou muito a desejar. Primeiro porque as listras não chegam até o final da camisa; terminam antes, deixando um grande buraco azul. Outro ponto negativo, em minha opinião, é a fonte do número. Ele tem a aparência quadriculada, como se estivesse pixelizado. Torcedores gremistas já se manifestaram contra esses aspectos.

Já o uniforme branco ficou muito bonito. A camisa tem gola alta e com corte em "V" e duas listras verticais. Uma azul e outra preta. O uniforme Shadow, igualmente belo, que não pode ser vestido em jogos oficiais, tem o mesmo design. A camisa celeste, terceira opção, não recebeu grandes detalhes.

O evento foi assistido por aproximadamente 500 gremistas


Foto: globoesporte.com

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Todos de olho

Um evento repleto de atrações é destaque no Estádio Olímpico, às 19 horas desta terça-feira. O lançamento do uniforme gremista da temporada 2008, em espaço ao lado da GrêmioMania, seria normal. Seria, caso não houvesse novidades. Mas há. E muito interessantes.

A primeira delas não é, simplesmente, o lançamento da nova camisa Tricolor. Mais do que isso. A camisa já está sendo vendida pela GrêmioMania e no Site Oficial ao preço de R$ 159,00. Os 100 primeiros gremistas que comprarem a peça receberão gratuitamente um convite para a festa. Mas a estratégia do Marketing Gremista foi de não divulgar nada sobre como será o modelo do uniforme. Ou seja, os torcedores estão comprando às cegas. Genial. Toda a atenção está sendo captada a esse uniforme, que, certamente, será aprovado pela torcida. O Vice-Presidente César Pacheco adianta: “Será uma das camisas mais vendidas no mundo”.

Outra certeza é que será um belíssimo evento. Literalmente. Duas lindas celebridades estão confirmadas na passarela: a nova torcedora gremista, Deborah Secco, atriz global e namorada do jogador Roger, e a Miss Brasil 2008, Natália Anderle. As duas devem fazer com que muitos fãs se dirijam ao Olímpico.

Essa é a outra novidade. A presença dos torcedores. Os gremistas que quiserem acompanhar a apresentação, que será ao ar livre, podem adquirir ingresso mediante doação de um quilo de alimento não perecível – exceto sal. O que for arrecadado será entregue ao Programa Mesa Brasil, do Sesc.

É uma atração melhor que a outra, proporcionadas pela Diretoria do Grêmio. Um evento desses com a participação do torcedor, com a presença de duas belas modelos, de cunho social. E, o principal: a apresentação do novo fardamento Tricolor, que ainda não é conhecido e que está gerando grande expectativa junto à torcida.

O uniforme, produzido pela quarta temporada pela Puma, estreará oficialmente contra o São Paulo, na primeira rodada do Campeonato Brasileiro.



Imagem: gremio.net

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Rasgando o protocolo

Eu sei. Vocês sabem. O Blog é, sim, sobre Marketing Esportivo. Mas eu não conseguiria me manter omisso ao fato único que acabo de presenciar. Este relato é baseado na emoção. Inter cinco, Paraná um. Sequer vi a partida direito. No setor da Guarda Popular, de onde costumo torcer, a visão não é das melhores. Só sabia que um dos gols havia sido feito por Magrão e outro pelo Fernandão, de pênalti. Sei também que Abelão foi um maestro. Mexeu no time com ousadia e obteve o resultado.

Um jogo incrível. Para entrar na história. No jogo de ida, em Curitiba, a equipe paranaense nos aplicou um placar de dois a zero. Um resultado horrível. Um dos piores possíveis. Mas não era hora de desacreditar. A torcida nunca abandonaria o time numa hora dessas. Afinal, como cantam os Colorados “Somos todos teus seguidores, para sempre vou te amar.”

E, o que já era complicadíssimo, ficou ainda pior. Logo no início do jogo, o Inter perdeu um jogador. Jonas, me parece. E o Paraná abriu o placar. Não quero ler outros textos para saber quem fez o gol. Quero apenas me situar na emoção que passei e passo. Um gol fora na Copa do Brasil é praticamente mortal. O agregado era de três a zero para o time paranaense. Mais o gol fora. Ou seja, um empate no número de gols dava a vantagem a eles.

Mas o Inter foi heróico. Supersticioso, vestiu o uniforme totalmente branco. Foi com ele que bateu os poderosos Barcelona e Internazionale, de Milão. Com o apoio de sua torcida apaixonada, ao som de “Vamo, vamo, Inter”, cresceu e, logo em seguida, empatou o jogo. Empatou mais ou menos. Ainda faltavam três gols para a classificação.

E o Inter conseguiu. Fechou o primeiro tempo com o placar de três a um. Só bastava mais um gol. Mas o Inter fez mais. Magrão fez o quarto. Um lindo gol. Pelo meu ângulo de visão, pareceu ter sido um gol de voleio. O Inter segurava o jogo, dava balões e investia nos contra-ataques do brilhante Nilmar. Em mais uma jogada, o craque sofreu pênalti. Fernandão converteu. Era o que faltava para a festa dos Colorados. Um dia onde tudo parecia que daria errado. Mas a torcida teve fé. E o Inter foi Gigante.

Um show do time, um show do Abel, um show da torcida. Um show particular de Magrão, Andrezinho, Fernandão e Nilmar. Muito difícil escolher apenas um, como melhor em campo. Uma noite perfeita e eterna. O Inter entra definitivamente como candidato ao título da Copa do Brasil.


Para não dizerem que não falei nada sobre Marketing, o jogo contou com painéis de led, controlados pela Traffic, que detém os direitos de patrocínio e promoção da Copa do Brasil. Sem dúvida, ótimo aos anunciantes, que têm suas marcas expostas em uma novidade que chama a atenção dos torcedores e das pessoas que acompanham o jogo pela televisão. Cada marca ocupa todas as placas por vez. Os anúncios são em cores vibrantes e animados, o que destaca ainda mais os patrocinadores.

Bom, precisava do desabafo. O próximo texto certamente será sobre o mundo dos negócios no esporte. Até breve. Se meu coração conseguir relaxar.


Fotos: Jefferson Botega e Valdir Friolin/zerohora.com